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Idiomas: dos mais falados no mundo aos mais requisitados por jovens estudantes

Existem 6912 idiomas em uso atualmente ao redor do mundo, segundo o inventário de línguas Ethnologue (referência no assunto). Dentre eles, o inglês e o mandarim estão entre os mais falados, ambos com mais de um bilhão de falantes. Esses números não são tão surpreendentes, quando se leva em consideração a quantidade de habitantes chineses (cerca de 1,4 bilhões, em 2018) e os mais de 40 países que tem o inglês como idioma oficial.

 

Entretanto, a língua inglesa nem sempre foi a língua dominante internacionalmente, sendo reconhecida como idioma universal apenas no fim da Primeira Guerra Mundial, desbancando o francês. Esta expansão idiomática ocorreu, inicialmente, por efeito do colonialismo britânico implementado em diversas partes do mundo (Américas, Ásia, Oceania e África). Mais tarde, com a globalização e a hegemonia dos Estados Unidos no mundo pós-Segunda Guerra Mundial, o inglês tornou-se o principal meio de comunicação entre os diferentes pontos do globo. Desde a indústria cinematográfica à internet, o idioma se concretizava como influente nas culturas, principalmente, ocidentais.

 

Assim, o mundo que abrigava quase 7000 idiomas, passava a se comunicar entre si por um, nas grandes mídias. É necessário saber pelo menos uma segunda língua para ingressar com sucesso no mercado de trabalho de grandes empresas, principalmente as multinacionais. Os currículos que apresentam domínio no inglês, espanhol ou outro idioma já possuem uma vantagem contra os que não têm, muitas vezes sendo decisivo para alcançar promoções de cargos grandes.

 

Por isso, os jovens que cresceram junto aos avanços tecnológicos estão buscando cada vez mais habilidades que os tornem interessantes às empresas de hoje, garantindo maiores chances de emprego a partir de idiomas além do universal. Desde o espanhol ao mandarim – visto por muitos empresários como a língua do futuro, em razão do avanço comercial da China nos últimos anos -, os estudantes do século XXI investem em aprender mais idiomas além do “convencional” inglês.

 

Pensando nisso, foram entrevistados cerca de 40 estudantes da Zona Norte de São Paulo, que responderam quais idiomas estrangeiros eram de seu maior interesse no momento e quais línguas já tentaram aprender fora da escola.
Dentre as línguas estrangeiras de maior interesse, se destacaram o francês (representando quase a metade das respostas totais) e o italiano, seguidos do alemão e espanhol. Com exceção do italiano, essas línguas estão entre as 12 mais faladas no mundo; sendo a ordem: espanhol (4ª), francês (5ª), alemão (12ª).

 

Quanto aos idiomas que esses estudantes já tentaram aprender fora do ambiente escolar, seja por meio de aplicativos, cursos presenciais ou online, o inglês ainda apareceu como maioria. Mesmo presente nos currículos educacionais do país, a “língua universal” ainda não chega nem perto de ser dominada pelos brasileiros. Segundo dados do instituto cultural British Council, apenas 5% da população sabe se comunicar em inglês e, destes, apenas 1% tem realmente fluência.

 

Além da língua mais falada no mundo, o francês, italiano e espanhol se revelaram opções recorrentes para serem o terceiro idioma de estudantes que já dominam o inglês e português. Ainda assim, houve interesse em línguas menos requisitadas pelos outros jovens: alemão, japonês, russo, árabe, mandarim, holandês e norueguês.

 

É notável a diversidade da busca por um novo idioma pelos estudantes que estão no caminho ou já traçam o início de suas trajetórias no mercado de trabalho. Desde a língua mais falada do mundo até o norueguês, muitas vezes os interesses por trás desse aprendizado são muito mais do que apenas profissionais, incentivados pela descendência, por viagens e inclusive pelo entretenimento. Existem cursos oferecidos gratuitamente nas redes sociais, por exemplo, que incentivam o estudo do japonês aos fãs de animes, para que assim, possam assistir aos episódios originais antes mesmo de disponibilizarem legendas ou dublagem em outros idiomas.

 

Com tantos idiomas difundidos pelo mundo, é surpreendente conhecer pessoas que dominem mais de quatro deles fluentemente, como é o caso dos poliglotas. Existem diversos métodos disponíveis na internet que apresentam dicas de como aprender uma língua de forma fácil e rápida, mas será que os jovens estudantes, expostos a tantas opções diferentes em seus planos de carreira e de vida pessoal, estão dispostos a organizar tempo para isso?

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