Cursar ou não cursar

Cursar ou não cursar, eis a Psicologia

A Psicologia é o campo dedicado ao estudo dos processos mentais e do comportamento humano, conforme descrito pela Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla original). Existem quatro grandes áreas de atuação: Clínica, Hospitalar, Organizacional e Educação.

Segundo o Ranking de cursos de graduação 2019, organizado pela Folha de São Paulo, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi a instituição mais bem colocada no ramo da psicologia, sendo a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) a primeira dentre as instituições privadas do país, alcançando o quinto lugar no ranking geral. A área ocupa a sétima posição dentre os dez cursos mais procurados por vestibulandos no Brasil, segundo o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação de 2018.

Para Luisa Maluf, estudante do 4º semestre de Psicologia da PUC-SP, a escolha do curso surgiu de pesquisas ainda no Ensino Médio. “Nenhum curso realmente me cativou até que em pesquisas sobre isso eu achei o curso de Psicologia. Sempre apreciei a profissão e, depois de ter lido bastante, fiquei encantada com as possibilidades de atuação”.

Contudo, mais do que decidir o que cursar, é importante entender mais sobre os vestibulares que vão te encaminhar para a tão sonhada faculdade. E mesmo que esse caminho seja diferente para cada estudante, as experiências de quem já passou por tudo isso contam como importante repertório para montar os planos de estudos. São poucos aqueles que conseguem passar direto do Ensino Médio para a universidade, e aos que enfrentam o período de cursinho, são grandes os esforços para manter o ritmo de estudos em dia. Os resultados nem sempre tendem a satisfazer os sonhos, mas podem surpreender.

Luisa Maluf (Arquivo pessoal)

“Quando foi a primeira semana (de acolhida aos calouros) eu fiquei apaixonada pela faculdade e pelas pessoas, sabia que a PUC é uma das melhores faculdades de Psicologia do Brasil, então a minha insegurança e toda a questão de não estudar na USP passou bem rápido”, relata Maluf.

Além disso, é importante pesquisar sobre como o curso é abordado, quais matérias são trabalhadas, tornando o processo de escolha mais seguro e de maior aptidão com seus interesses profissionais. Desde os conteúdos inesperados à diversidade de matérias, a abordagem pode ser muito maior do que as pesquisas e o conhecimento geral indicam. Maluf conta sobre o contraste entre sua primeira impressão e sua visão atual da área. “Antes de entrar, apesar de ter pesquisado bastante, não tinha noção da quantidade de abordagens dentro da psicologia e todas as possibilidades de atuação. Isso foi algo que me impressionou muito, tanto de um jeito bom quanto de um jeito assustador, pois cada uma das abordagens possuem muitas especificidades”.

A estudante também informa as matérias que são apresentadas logo no começo do curso, destacando as maiores abordagens da grade. “Nos primeiros semestres têm diversas matérias ligadas de alguma forma à Filosofia (Bases Epistemológicas I e II, Sociologia e Antropologia) e de questões do corpo humano (Neurologia I e II, Bases Fisiológicas do Comportamento A e B, Bases Neurológicas). Fiquei um pouco surpresa com o aprofundamento de algumas matérias, mesmo que tivessem um ou dois semestres apenas”.

Por outro lado, Thais Barroco, atuante na área clínica, formada em Psicologia na PUC-SP, relata de forma mais específica sobre as preparações da universidade para o âmbito profissional. “No primeiro ano as matérias são bem mais gerais, sendo mais bases para as matérias futuras. No segundo ano começaram as matérias mais teóricas e os estágios básicos. Não existe uma única matéria que prepara para o profissional. Os estágios obrigatórios te dão uma perspectiva maior de como vai ser a atuação e que carrego como bagagem, mas seria impossível ir direto no primeiro ano para atuação sem ter alguns parâmetros. Por se tratar de contato direto com a experiência humana de outras pessoas, sempre se toma um cuidado ético. Além dos estágios obrigatórios, também as supervisões são muito importantes para percebermos nossa atuação”.

 

Barroco ainda ressalta que “um bom profissional da psicologia tem que ter um bom autoconhecimento e capacidade de uma perspectiva analítica ampliada, para poder enfrentar aspectos desafiadores no contato com outros. Nunca estamos em contato com uma só coisa que está acontecendo, bem como nunca sabemos mais que o paciente sabe sobre ele mesmo”, completando com uma citação de Carl Jung: “conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

E aos potenciais estudantes de Psicologia e futuros profissionais da área que não possuem afinidade com outros idiomas, a psicóloga afirma que não é uma necessidade, embora seja útil para atividades complementares – como leitura de textos, atendimento a imigrantes, atuação em escolas bilíngues, atuação em empresas, entre outras.

Aos aspirantes da área, Barroco deixa um conselho: “Lidar com o sofrimento humano não é fácil, mas muito gratificante a longo prazo. Se não tiver certeza, conheça um pouco melhor e se aprofunde no que é possível nesta área”.

Com isso, esperamos que algumas de suas dúvidas e anseios sobre cursar ou não cursar Psicologia tenham sido esclarecidas, tornando um pouco mais fácil o processo de escolha de sua carreira. Qualquer que seja sua decisão, é um prazer fazer parte desse momento com você!

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