Cursar ou não cursar

Cursar ou não cursar, eis o Jornalismo

Por definição do site “Politize!”, “o papel do jornalista é levar informação apurada e de interesse público para a população”. E ainda complementa, acerca da ética jornalística, “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos e que ele não deve se pautar por interesses individuais”. Dentre as áreas de atuação, estão entre as mais comuns: reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo digital, checador (atualmente em crescimento), social media e fotojornalismo.

Segundo o Ranking de cursos de graduação 2019, organizado pela Folha de São Paulo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi a instituição mais bem colocada no ramo (que abrange Comunicação). Dentre as instituições privadas, a Faculdade Cásper Líbero lidera, alcançando o quinto lugar no ranking geral.

A origem do ramo remete ao século XV, a partir da invenção da imprensa, do alemão Johannes Gutenberg, marcando uma revolução na técnica de impressão em massa. O jornalismo chegou ao Brasil somente em 1808, junto com a Família Real, que traziam os equipamentos da então Imprensa Régia, que seria fundada no mesmo ano pelo príncipe regente João VI.

Atualmente, a disseminação das “fake news” tem se intensificado com as redes sociais, muitas vezes motivadas por posições políticas, tornando-se um obstáculo à principal função do jornalismo. A área possui um importante papel no direito de democracia, garantindo o acesso de informação ao cidadão, a partir da liberdade de imprensa e busca da verdade.

Mapa em ilustração ao Índice de Liberdade de Imprensa. (Reprodução/RSF)

Apesar disso, a profissão sofre perseguições políticas ao redor do mundo, como ilustram os dados do RSF (Repórteres Sem Fronteiras), tornando claros os crescentes ataques aos profissionais. Dentre os países com maior índice de risco, destacam-se Egito, Eritreia, Turquia, Arábia Saudita, Irã, China e Rússia. Também vale ressaltar as quedas nas posições do Brasil e dos Estados Unidos no ranking da RSF acerca da liberdade de imprensa, marcadas pela postura de seus governos em relação à mídia.

Marcello Sapio (Arquivo pessoal)

Ainda assim, o jornalismo segue inspirando jovens a seguirem essa profissão. Um exemplo disso é o estudante Marcello Sapio, que está a caminho do seu último ano na Faculdade Cásper Líbero. “Quando era pequeno, lia o jornal inteiro para o meu vô, de cabo a rabo, e depois via os programas da TV, então sempre consumi muito [jornalismo] desde pequeno. Acho que foi algo natural eu ir por esse caminho, mesmo não tendo nenhum familiar na área”.

Embora bem presente no cotidiano, o jornalismo engloba vertentes muito mais complexas do que se imagina ou se conhece previamente. Sapio relata que, ao entrar na faculdade, acabou mudando totalmente sua percepção inicial sobre o curso. “A gente cresce com a imagem de que jornalismo é só TV ou só redação, mas não é! Engloba comunicação interna, externa, assessoria de imprensa, eventos e muitas outras áreas que eu não fazia ideia que existiam”.

Por se tratar de um curso dentro da área de Comunicação, é esperado que a grade aborde matérias justamente nessa direção. Contudo, em seus três anos de curso, Sapio aprendeu muito mais do que esperava. “Desde técnicas de entrevista, escrita criativa e específicas para editorias (como esporte, ciência, política) até às de jornalismo digital, na rádio, na TV, de produção, a editar vídeos, áudios, coisas que eu nunca imaginaria aprender”.

Rafael Augusto (Arquivo pessoal)

Segundo o editor de texto da emissora “Rede TV!”, graduado em Jornalismo pela Fiaam-FAAM, Rafael Augusto, a aula de laboratório de redação foi a que mais o preparou como profissional. Porém, por se tratar de um curso constantemente ligado às atualidades, o jornalista alega que existem habilidades necessárias ao mercado que, geralmente, não são abordadas na grade. “O mercado atualiza os critérios de um bom profissional constantemente, enquanto a faculdade segue a mesma lógica de mercado de há 20 anos. O melhor exemplo é a carência do mercado por profissionais que entendam de redação e marketing digital, sendo que na faculdade não se chega nem perto deste tema”.

Segundo Augusto, um bom profissional da área precisa ser uma pessoa curiosa, atenta aos mínimos detalhes, sendo estes os pontos cruciais para um furo de reportagem, além de ser independente, contestadora e proativa. Ele reitera também a importância de dominar um segundo idioma, tanto para realizar entrevistas, quanto para sua utilidade na redação e edição de matérias.

Por fim, o jornalista deixa um conselho aos estudantes que tem o Jornalismo como opção de curso e que desejam seguir essa aspiração profissional. “Aproveitar ao máximo a experiência dos professores, fazer uma boa rede de contatos, se doar ao máximo no estágio obrigatório e focar em matérias complementares que são importantes para a profissão, mas que a faculdade não aborda”.

 

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