Resenhas

Meu Amigo Totoro (となりのトトロ)

Ilustração do filme “Meu amigo Totoro”

Por Vênus

Desenvolvidos pelo “Deus da animação”, Hayao Miyazaki, e produzidos pelo Studio Ghibli, os filmes japoneses como “A Viagem de Chihiro”, “O castelo no céu” e “Princesa Mononok” vêm conquistando o público mundial, ganhando Oscar e, recentemente, sendo adicionados ao catálogo da Netflix. Esta é a primeira vez em que (quase) todos os filmes do estúdio são disponibilizados oficialmente no Brasil.

Dentre as obras, o escolhido da semana é o clássico “Meu amigo Totoro”, de 1988, que já apareceu até em Toy Story 3, South Park, Bob Esponja, Meninas Super Poderosas, e outros. A animação apresenta a história de uma família que se muda para uma casa antiga, próxima a uma floresta, num Japão rural pós guerra. Enquanto a mãe está hospitalizada, o pai e suas duas filhas (Mei e Satsuki) limpam e arrumam a casa, descobrindo não só o novo local, mas também os espíritos da floresta.

Repleto de surpresas e superstições, é essencial mergulhar no universo do desenho e da cultura japonesa para, assim, compreender o que acontece na história. A narrativa apresenta uma construção muito corriqueira e usual, com uma sequência de acontecimentos normais do dia a dia, como uma chuva repentina, um atraso de ônibus…. Entretanto, é isso que faz a história ser especial e trabalhar com assuntos importantes de forma tão leve e atemporal, apresentando a magnitude de coisas como a relação entre irmãs, a responsabilidade e a estrutura familiar, a positividade frente às mudanças, a abundância da natureza e a importância das referências infantis.

Frente a uma dura realidade, não é difícil perceber que os espíritos da floresta são como bengalas emocionais para as crianças, visto que só as duas irmãs conseguem enxergá-los, mas o filme não deixa claro se é algo da imaginação delas ou não, devido à cena da entrega do milho. Mesmo assim, diversas aventuras são criadas e lições são aprendidas com o desenvolvimento da relação entre Mei, Satsuki e Totoro.

Cheio de referências ao “País das maravilhas”, como o “gatônibus”, semelhante ao Cheshire de Alice, e a queda de Mei no buraco atrás de um pequeno e branco Totoro, a modesta animação mostra a abundância da nossa imaginação e da natureza, em que basta saber reconhecer a magia nas coisas e ter uma reação positiva para viver em maior harmonia e positividade.

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