Ao redor do mundo

Gabão: um paraíso florestal africano

Localizado na costa oeste africana, o pequeno país surpreende com suas belezas naturais e reservas minerais, sendo uma das nações mais ricas do continente. Independente da França somente em 1960, o Gabão sustenta atualmente 50% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional com a extração do petróleo da região, e ainda ocupou a quarta posição como maior produtor de manganês em 2018 – atrás apenas de África do Sul, Austrália e China.

Maiores produtores de manganês, 2017 (USGS).

O clima equatorial e as florestas tropicais são um forte aliado dessa nação que desperta esperança no combate contra a mudança climática global. Em um acordo inédito no continente, em setembro de 2019, a Noruega propôs a destinação de 150 milhões de dólares ao governo gabonense, caso o país consiga provar o aumento do estoque de carbono e a redução das emissões na atmosfera em cinco anos. Além disso, também foi acordado o pagamento do dobro do preço de mercado de armazenamento de carbono, chegando a US$10 a tonelada (em comparação aos US$25 pagos por usinas de carvão europeias em licenças de emissão de carbono).

“Preservar florestas é a maneira mais econômica de reduzir emissões de carbono e, portanto, combater a mudança climática. Por ser mais barato, as pessoas atribuem um menor valor”, explica Lee White, Ministro do Meio Ambiente do país. “O fato de terem dobrado o preço dá esperança para outros países. Isso mostra que estamos avançando em nossas discussões sobre o papel das florestas”.

Floresta do Congo, segunda maior tropical do mundo.

O país possui área de 267.667 km², com uma população de 2,119 milhões de habitantes, de acordo com o censo de 2018. Para melhor comparação, esses dados são, aproximadamente, equivalentes ao estado de Tocantins e à população de Manaus (capital do Amazonas).

Dentre as riquezas naturais, a Floresta do Congo cobre grande parte do território, ainda pouco povoado e com 60% da população vivendo da agricultura. Apesar de possuir renda per capita quatro vezes maior que seus vizinhos da África subsaariana, a desigualdade de distribuição favorece a pobreza da população. Ainda assim, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país alcança a 115º posição no ranking mundial, na frente de Egito, Ilhas Marshall e Vietnã.

Em sua história, a chegada dos portugueses e demais europeus representou a comercialização de escravos que impactaria a região, antes dominada por pigmeus e bantos. A partir de 1841, a França assumiu o status de “protetora” do território, em acordo com chefes tribais, capturando oito anos depois um navio de escravos e libertando-nos na então batizada Libreville (“cidade livre”, em francês), atual capital do Gabão. A administração francesa efetivou-se em 1903, e sete anos depois, era fundada a federação da África Equatorial Francesa (atuais República Centro-Africana, Chade, Gabão, Congo e República Democrática do Congo), que durou até 1959.

Omar Bongo, líder do Gabão entre 1967 e 2009.

A maior curiosidade política do país é que, apesar de independente desde 1960, só foram eleitos três presidentes, com a adição de dois interinos entre o segundo e o terceiro. Isso ocorre em razão dos dois primeiros presidentes eleitos terem governado até a morte, sendo o segundo, Omar Bongo, o governante de maior duração no poder em um país africano – somando 42 anos (1967-2009) no cargo. Ainda mais impressionante, Ali Bongo, seu sucessor e filho, foi eleito ainda em 2009 e permanece até os dias de hoje.

 

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