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Eslovênia: o Sol dos Alpes

Na região central da Europa, reside uma nação que se ergueu entre paisagens montanhosas, lagos e histórias revolucionárias. Foi em 1991 que a Eslovênia deixou de fazer parte da Iugoslávia, quando se tornou independente, acompanhada da Croácia. Os dois países foram então invadidos pelo exército iugoslavo – controlado por sérvios – gerando o início de uma guerra civil. Somente em 1995, por mediação dos Estados Unidos, que foram definidos acordos de paz. Em contraste aos tempos conflituosos, em 2019, o país ocupou o oitavo lugar no ranking do Índice Global da Paz.

O território de pouco mais de 20.000 km2 está no limite entre a Europa Ocidental e Oriental. A arquitetura urbana demonstra a influência do barroco italiano, com maior aproximação austríaca nas regiões dos Alpes.

A caverna de Postojna, maior atração nacional, estende-se pelo relevo cárstico e abriga o maior animal conhecido de grutas subterrâneas, o proteu (Proteus anguinus), espécie de salamandra-cega. Ainda existem as Grutas de Škocjan, um dos maiores cânions subterrâneos do mundo – com mais de quatro mil passagens subterrâneas, grandes câmaras e cachoeiras – e o Lago Bled, aquecido por nascentes termais e de coloração azul-cobalto.

Vista do Lago Bled, Eslovênia.

Quanto à natureza, as florestas cobrem mais da metade do território, sendo reconhecido seu compromisso com a ecologia, ocupando a quinta posição entre os países mais sustentáveis em 2016, de acordo com o ranking bienal das Universidades de Columbia e Yale. Além disso, mais de 4,5% dos habitantes são apicultores (criadores de abelhas), sendo muito comuns abelhas e colmeias na Eslovênia, que também é o país com maior número de ursos por quilômetro quadrado no mundo, habitantes dos bosques virgens europeus.

Vista da capital Liubliana.

Referida como uma autêntica Academia de Artes e Ciências pelo humanista francês Charles Nodier, a cultura e conhecimento de idiomas dos mais de 2 milhões de habitantes acolhe o turismo nessa região recheada de arquitetura, paisagens montanhosas, lagos intactos, bosques com direito a passeio de cavalo, cervejarias tradicionais, castelos, entre outros atrativos.

O destaque é a cidade mais populosa e também capital da Eslovênia, Liubliana (Ljubljana), situada entre os Alpes e o Mediterrâneo. Sua característica cultural é composta pela concentração de instituições nacionais, desde a praça principal (Praça Prešeren) à célebre Ponte Tripla (Tromostovje), um grupo de três pontes que cruzam o rio Ljubljanica, conectando o centro histórico medieval, à direita do rio, com a cidade moderna na margem esquerda.

Ponte Tripla, em Liubliana.

Existe uma lenda que remete à fundação da capital, contando a história de Jasão, um herói da mitologia grega, que após ser afastado de sua expedição pela ira de Zeus, encontrou-se na nascente do rio Ljubljanica, onde se deparou com um dragão e o venceu em batalha, tornando este o símbolo de Liubliana.

Além da capital, a cidade de Maribor também é conhecida por seus festejos carnavalescos na primavera e no verão, sendo perfeita para esquiar no inverno. Próxima à Áustria e Croácia, a segunda maior cidade do país se reergueu da Segunda Guerra (cerca de 47% do município foi destruído) e surpreende com seu turismo, possuindo a vinha mais antiga do mundo – viva há mais de 450 anos.

Vista da cidade de Maribor.

Dentre os eslovenos mais conhecidos e adorados do país, France Prešeren, o poeta do século XIX aclamado gênio da cultura e das artes, foi homenageado com um feriado nacional no dia de sua morte, dia 8 de fevereiro, o “dia de Prešeren”.

São muitas as belezas naturais e culturais eslovenas para serem vistas de perto. Esse destino europeu com certeza merece uma chance para entrar em sua lista de viagens, sendo possíveis passeios curtos de até dois dias conhecendo o melhor que a Eslovênia tem para oferecer, aliado às notáveis hospitalidade e acolhimento dos nativos fluentes em inglês.

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